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SÉRIES & SÉRIES => THAT'S 70'S SHOW


Exibida originalmente pela FOX entre 1998 e 2006, conta com 8 temporadas e 200 episódios de menos de 25 minutos cada.
Provavelmente é uma das séries que eu mais gosto de assistir pra desestressar e dar umas risadas. A série é antiga, e portanto não conta com a maior das qualidades em áudio e vídeo. Mesmo assim, se você gosta da ideia de seis adolescentes vagabundos(Eric, Steven, Donna, Jackie, Kelso e Fez) pela faixa de 17 anos cercados por um contexto de crise econômica americana, explosão do rock e rebeldia em contraste com a disco music, universo hippie, maconha, dificuldade em beber cerveja por não ser maior de idade, sexo, namoros, questões feministas e xenofobia em plena década de 1970, essa é definitivamente uma série que você deve ver.
Entre os personagens, os meus favoritos são o Steven Hyde, Fez, Michael Kelso e Red Forman.
Steven Hyde é revoltado com o sistema, rockeiro, filho de mãe alcoolatra e pai desconhecido, sempre arruma encrenca e gosta de sacanear seus amigos. Apesar de ser problemático, apresenta alto Q.I.  Amigo de infância de Eric Forman e Donna Pinciotti.
Eric é magrelo, desengonçado, abusado, folgado e dono do porão onde toda a turma se reúne para bater papo, beber e namorar. Namorado de Donna e filho de Red Forman e Kitty Forman, protegido pela mãe e constantemente perseguido pelo pai que tem por hábito chamá-lo de bundão.  
Donna é uma ruiva linda e cheia de atitude, vizinha de Eric e filha de Bob Pinciotti e Midge Pinciotti. Trabalha em uma rádio e é levemente assediada por ter peitões. Feminista, fã de Led Zeppelin, se mostra uma garota de excelente bom humor e força de opinião.
Jackie é a melhor amiga de Donna, de forma meio forçada, mas é. Bonita, mimada, rica, superficial e dona de uma voz estridente, já namorou Kelso, Steven e Fez ao longo da série.
Michael Kelso é o idiota da turma, apesar de ser bonito, mostra-se um enorme galinha durante a série, tendo traído Jackie várias vezes, até mesmo com a irmã de Eric, Laurie. Dono dos comentários mais burros e fissurado por Star Wars, Kelso é um dos personagens mais cômicos.
Laurie é a irmã mais velha de Eric e é a filha preferida de Red Forman, que não percebendo ser sua filha uma jovem puta, trata-a como uma menininha que não cresceu( eu não exagerei quando disse que ela é puta, ela é mesmo). Foi expulsa da faculdade e de volta a casa Forman, ocupa seu tempo vendo TV, infernizando a vida de Eric e dando em cima de seus amigos.
Fez é o estrangeiro e aluno de intercâmbio, dono de um sotaque muito esquisito e consequentemente engraçado, ás vezes parece bissexual, acaba sendo alvo de brincadeiras pela sua inocência no universo adolescente. Durante toda a série, a ilha de onde ele diz ter vindo é um mistério.
Red Forman é o pai mais rabugento que eu já vi. Tendo lutado na Guerra, voltou para a América para trabalhar em uma fábrica de autopeças. Quando a fábrica fecha e ele perde seu emprego, a família fica em uma gangorra financeira e Red reclama ainda mais que o habitual. Ameaça chutar traseiros o tempo todo e chama todos de imbecis. Apesar de ter uma personalidade difícil, Red acresenta momentos únicos á série.
Kitty é a esposa de Red. enfermeira e dona de casa, adora assar biscoitos e tortas na cozinha. Dona de uma risada contagiante e impossível de não reconhecer, tem um enorme coração.
Bob Pinciotti é o pai de Donna, gordo, mal vestido e dono de um cabelo que parece um poodle preto,  tranquilo porém maluco. Irrita Red diariamente.
Midge é a esposa de Bob, dona de uma voz rouca e muito lerda, a loira compartilha com Bob a mesma tranquilidade e loucura.
 Espero que assistam e gostem! Link para os episódios online abaixo: 

A Lei Do Eterno Retorno

Sei lá, quando ama tem
Quando fica sem, não sabe direito como respirar
E as coisas que agora vem ainda trazem
Um pouco de chuva, um gosto de chuva

A coragem que o guarda tem quando prende alguém
Não serve pra nada quando o amor chamar
E o desespero que com a vida vem
O amor vai além, o amor vai muito mais além

Se os dias fossem como girassóis
E nada nos fizesse esquecer
E o mundo nos deixasse por um instante a sós
E o tempo parasse só nesse instante

Se é mesmo a vida quem desata os nós
E o medo dela não nos deixa entender
O universo inteiro numa casca de noz
Impõe a lei do eterno retorno

Mas vem feito coice
Cabou-se o que era doce
O vento sempre leva o que trouxe
Mais dia menos dia, alivia
E eu já nem sinto mais o cheiro dela

Banda Medulla - Eterno Retorno
Composição: Dudu Valle

Sendo Fã: O Coringa

O Coringa é um personagem de ficção que desempenha nos quadrinhos e filmes o mais cruel e desafiador inimigo do Homem-Morcego. Dono de uma mente cruel, engenhosa, sádica e anarquista, o Coringa é um dos poucos vilões que causa tanto interesse no público com seu comportamento nada previsível. Em algumas versões o Coringa é descrito como um homem de pele branca enrijecida cujo sorriso jamais se desfaz em uma expressão desagradável de perversidade. Algumas histórias contam que  assim ficou após uma tentativa de assalto a uma fábrica, onde escorregou de uma plataforma ao surpreender-se com o Batman e caiu em um tanque de substância química que lhe teria deixado insano, pálido, com um sorriso irreversível e cabelos esverdeados. Sobrevivente da fatalidade, o Coringa teria associado sua desgraça ao herói e tornado-o seu rival, fazendo a sua vida girar em torno da causa do caos e sofrimento alheio.
Outra versão, inclusive mais conhecida e contada em filmes, conta que quando menino, o garoto que tornou-se o Coringa era filho de um pai bêbado e usuário de drogas. Em uma noite, o pai havia chegado em casa mais alterado que o de costume e a mãe pegou uma faca para se defender. Ofendido, o pai esfaqueou a mãe em frente ao filho, gargalhando enquanto o fazia. O menino encarava a cena sério e despertou a atenção do pai, que perguntou insistente o porquê de seu filho estar tão sério, repetindo a frase 'Why so serious?" até aproximar-se o suficiente do garoto e enfiar-lhe a lâmina na boca, abrindo um sorriso no rosto do filho. Anos depois o menino teria enlouquecido e se tornado O Coringa, tendo se apropriado da frase do pai como bordão. Nesta versão, o Coringa tem o sorriso irreversível por conta das cicatrizes deixadas pela lâmina e usa maquiagem branca cobrindo o rosto, vermelho na boca e preto nos olhos. Há outras versões menos populares e menos aprovadas pelo público, mas a verdade é que o criador de Batman e seus inimigos não deixou nenhuma história completa e estruturada sobre o surgimento do personagem complexo que o Coringa representa.
A mente do vilão é bastante analisada até mesmo pelos estudiosos de psicologia, psiquiatria e psicanálise, já que possui componentes patológicos de sádicos, socio ou psicopatas. O personagem possui pensamentos anarquistas pois faz parte de seus discursos ridicularizar o planejamento das pessoas sobre seus mundinhos como se deles tivessem controle  e o Estado como autoridade. Para ele, o ser humano não se desespera quando as coisas ocorrem como o planejado, mesmo que parte do planejado seja algo injusto e errado. É dele a afirmação de que o caos se instala quando as pessoas tem medo.
Sua especialidade é pegar o plano das pessoas e fazê-los sair pela culatra para mostrar o quão falhas e inúteis são as tentativas delas de manter o controle sobre as coisas. Se autodenomina um homem com gostos simples, que gosta de pólvora, fósforo e dinamite. 
Abaixo, algumas de suas frases:

Você pode se vingar do mal, sem se tornar parte dele?
Introduza um pouco de anarquia. Perturbe a ordem vigente e então tudo se torna um caos. Eu sou um agente do caos. E sabe, a chave do caos é o medo!
Se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça.
A honra e a moral deles são uma piada de mal gosto.
A loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho...
- Já passou pela sua cabeça que esses amigos imaginarios são coisas da sua cabeça? -E já passou pela sua cabeça, Doutor,que somos somente coisas da imaginação deles?

Folclore Turco: Nasreddin Hodja e o Cheiro de Sopa

Nasreddin Hodja é o que se pode chamar de sábio tolo. Ele tem todas as respostas que as outras pessoas nunca imaginariam! é uma figura popular no folclore turco e existem muitas histórias a seu respeito.

Um mendigo estava caminhando na rua do mercado principal. Ele havia mendigado em troca de um pequeno pedaço de pão para comer, seco e duro, e era tudo o que ele tinha para comer naquele dia. Com a esperança de arranjar algo para colocar dentro do pão, foi a um restaurante que havia ali perto e mendigou por uma porção de comida, mas foi expulso de mãos vazias. Ao sair, parou para admirar os ricos saboreando suas deliciosas tigelas de sopa. Inclinou-se sobre um dos caldeirões que borbulhava e silvava sobre o fogo e respirou fundo para sentir o aroma. Depois virou-se tristemente para ir embora. Nesse momento veio o dono do restaurante e agarrou-lhe o braço:
- Não tão rápido! Você não pagou! - exclamou ele
- Pagar? Mas eu não comi nada! - respondeu confuso o pobre mendigo - Eu só estava desfrutando o aroma da sopa.
- Então deve pagar por cheirar. Você acha que eu faço sopa para que os mendigos roubem um parte do cheiro dela? Eu o vi cheirando - insistiu o dono
O pobre mendigo não tinha dinheiro algum para pagar, por isso o dono do restaurante o arrastou até o Nasreddin Hodja, o juiz. Hodja ouviu o caso atentamente, considerando tanto os argumentos acalorados do dono do restaurante, quanto os protestos do mendigo que afirmava não ter comido nada.
- E você afirma que não tem dinheiro? - perguntou ao mendigo
- Nem um centavo - disse o mesmo aterrorizado
Hodja então virou-se para o dono do restaurante:
- E o senhor insiste que o mendigo deve lhe pagar simplesmente por ter cheirado? - dirigiu-se ao dono do restaurante
- Insisto sim - respondeu o dono
- Sendo assim eu mesmo pagarei você - disse Hodja
Ele tirou do bolso algumas moedas e pediu que o dono do restaurante se aproximasse. O homem se apresentou ansioso. Hodja segurou as moedas, aproximou-as do ouvido do homem e sacudiu as mãos suavemente de forma a se ouvir o som das moedas tilintando, dizendo em seguida:
- Pode ir.
- E o meu pagamento? - disse o cono do restaurante
- Este pobre homem aspirou o cheiro da sopa - disse Hodja - E você foi pago com o som do dinheiro, agora trate de ir embora.



Este conto consta no Volume '50 histórias de ninar' da editora Girassol, cuja compilação foi feita por Thomas Tig e as histórias tiradas da Câmara Brasileira do Livro 

My Mind is like Rapunzel's Tower

And When the Windows close
or the doors are locked
i am stuck it in
i can't leave here now
i wanna find my place 
painting retracts of you
because on rapunzel's tower 
my soul is locked
and i don't have the key
if the prince don't come
i will climb the walls 
to arrive the outside floor
with my dirty dress
i am free right now
i am running to my destiny
i need to have a life somehow

Conto: Uma Ponte Entre Dois Reinos

No Dia em que a menina nasceu, a mãe mandou afiar a tesoura.
- Cabelo Comprido dá muito trabalho - disse
E na primeira noite de lua nova, um a um, cortou-lhe todos os cachos.
A partir de então, sempre que a noite trancava a lua em sua boca escura, a mãe tosquiava o tanto qua havia crescido. Nem adiantava o choro da menina pedindo tranças.
- é para dar força - resmungava a mãe entre fechar as lâminas
Passados os anos porém, percebeu que cada vez mais difícil se fazia sua tarefa. Cega a tesoura, lutava duramente para podar a brotação das mechas. Comprou tesoura maior, mais resistente. Que logo perdeu o corte e a resistência. Em vão tentou faca, facão, machado. Nada mais parecia capaz de cortar aqueles fios brilhantes como aço. E a noite chegou em que, negro o céu, os cabelos da moça enfim puderam crescer livremente. E crescer. E crescer. Batendo nos ombros, descendo pelas costas. Passando da cintura, tocando o chão. E no chão se arrastando como manto. Só ela podia tirar fios de seus cabelos, Escolhia um bem bonito, com os dedos seguia seu caminho até a raiz. E delicadamente o colhia, como uma flor. Mas a cada fio colhido emanava da cabeça uma gota de sangue, vermelho brilhante que ia rolando pelos cabelos enrijecendo-se em transparências, até chegar no cão, precioso rubi.
Vendo a riqueza cair a seus pés, a velha não se cansava de pedir fios e mais fios. Chorosa, falava que a roupa lavada fugia ao vento sem ter onde secar. E a filha, compreensiva, escolhia o mais forte dos fios, para entendê-lo em varal, prendendo as brancas asas dos lençóis. Lamentosa, reclamava da velhice, tão surda estava que já não ouvia o canto da cotovia ao amanhecer. Talvez, se a estivesse mais perto... E a filha, compassiva, descobria o mais flexível dos fios para trançá-lo em viveiro e aprisionar o pássaro da manhã.
Queixosa, afirmava que, sem ter onde crescer, a glicínia na certa morreria. E a filha, concessiva, extraía o mais comprido dos fios e com ele armava a pérgula em que a glicínia deitaria suas flores. Fio após fio, rolavam os rubis, que a velha rapidamente escondia em seus bolsos. Fio após fio, espalhava-se a fama daqueles cabelos, que vinham de longe para admirar. Fio após fio, a fala da moça única acabou chegando ao palácio, onde o rei, há muito desejoso de estender uma ponte até o reino vizinho, pediu que a trouxessem até ele.
- Pode ir - disse a mãe á filha quando os mensageiros reais chegaram á sua casa - ,mas não tire um único fio longe de mim.
E estando afinal a moça parada diante do trono, extasiou-se a corte com a cachoeira de cabelos que ondulava ao menos movimentos, escorrendo atrás dela pelas salas. Extasiou-se ainda mais o rei, logo pedindo alguns fios para unir dois penhascos sobre o rio
- Amanhã vos darei - respondeu ela numa mesura.
De volta ao seu quarto, colheu sem hesitar o primeiro fio que emendou no segundo, que no terceiro emendou. e pela porta foi empurrando aquele cabelo mais que corda, serpente atravessando a soleira, seguindo pela rua, cruzando a praça, passando por fontes e jardins, até chegar ao portão do palácio. 
 Nada antes havia sido de tão resistente. Nada antes havia sido obtido de tão longo. E naquele mesmo dia tiveram ínicio os trabalhos da ponte. Nos bolsos da velha, mais três rubis haviam ido se juntar ao tesouro já acumulado. Passado algum tempo, e estando pronta a ponte, o rei mandou chamar a jovem. Iriam até o penhasco, atravessar pela primeira vez para o outro reino.
- Pode ir,  mas só se for atrás de mim - disse a mão quando os mensageiros do rei chegaram á sua casa.
E Empavonada saiu rumo ao palácio, seguida pela filha. Em festa reunia-se a corte. Que rodeada pelo povo, entre cantos e danças chegou finalmente ao penhasco, e de lá, agitando braços e estandartes, saudou a corte vizinha, do outro lado. Já o rei avançava para dar os primeiros passos sobre a ponte, quando a velha adiantou-se roubando-lhe o caminho.
- Serei eu a primeira, mãe dessa filha tão preciosa! - E seguiu sem esperar sobre o vazio.
Mas seus passos são duros para a ponte tão delgada que balançava ao vento, e pesam demais os rubis amontoados nos bolsos. Súbito, o pé resvala, pende o corpo, a mão sem força não encontra apoio, e perdida toda a altivez, a velha despenca em direção ao rio, enquanto no escuro da roupa as pedras de sangue tilintam umas contra as outras.
Debruça-se a corte na beira do penhasco, assim como a corte vizinha. Lá embaixo nada aparece. Na garganta escarpada da água, corre verde, profunda, sem espuma. Acima respira o vento roçando as costas nos fios estendidos. Breve será noite. Então o rei oferece sua mão, e apoiando-se nela de leve na moça, avança pela ponte, unindo os dois reinos, sob aplausos das cortes.


Este conto consta no Livro 'Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento' cuja autora é a escritora Marina Colasanti